O dom das Línguas

A diversidade cultural da União Europeia reside também no dom linguístico, sendo de salientar que abre, em muitos casos, portas a novas amizades, novas culturas e novas oportunidades. Este continente, formado por 27 países e com 23 línguas oficiais, detém uma multiplicidade que é, actualmente, um grande marco cultural e democrático.

 

 

Para uma melhor compreensão das línguas da Europa, podemos dividi-las como famílias de línguas, dominando a família de línguas Indo-Europeias.

Este agrupamento linguístico conta com uns mil e setecentos milhões de falantes, incluindo todas as línguas da cultura ocidental. Articula-se em duas línguas independentes e onze famílias: Anatólia, Céltica, Germânica, Grega, Indoária ou Índica, Iraniana, Nuristani, Itálica, Romance ou Românica, Eslávica e Tocaria.

Anatólia

A família Anatólia compreende quatro línguas históricas desaparecidas: Hitita, Lúvio, Palácio e Lídio.

Céltica

A família Céltica compreende quatro línguas desaparecidas (Córnio, Galo, Man e Picto) e mais quatro línguas ainda vigentes: Bretão, Galés, Gaélico Irlandês e o Gaélico Escocês.

 

Germânica

A família Germânica compõe-se de vinte e quatro línguas e uns quarenta dialectos. Os seus dialectos mais importantes são o Dinamarquês, Norueguês, o Sueco, Inglês, o Frísio (falada na Holanda) e o Alemão-Holandês (com onze formas dialectais, entre as quais se inclui o Africaans, o Iidiche, o Flamengo, o Francónio e o Bávaro ou Tirolês).

 

Grega

A família Grega compreende, além do Grego Clássico, duas línguas contemporâneas: o Grego e o Tsacónio.

 

Índica

 A família Índica ou Indoária agrupa trinta e sete línguas, podendo assim subdividir-se em cinco grupos. O grupo Dárdico que compreende quinze línguas: Cohistani, Cashmiri, Pachai, Palura, entre outras. O grupo Índico-central, falado desde a cordilheira do Himalaia até ao centro da Península Índica. O grupo Índico-oriental que compreende três línguas: Bengali, Bihari e Oriia.O grupo Índico-norte-ocidental paquistanês que apreende apenas duas línguas: Sindi e Landa. E finalmente o grupo Maldivo-Cingalês, agrupa as línguas Maldívia, Cinglesa e Veda.

 

Iraniana

Na família Iraniana, a leste deste domínio, o grupo Scitio compreende o Osético e o Iagnobi (URSS) e o Pamir agrupa o Pasto, o Parachi e o Munji (Paquistão e Afeganistão). A oeste localizam-se doze línguas, como o Baduchi (Paquistão e Afeganistão), o Curdo (Irão, Turquia, Síria e Iraque), o Persa (Irao), o Taliche e o Tat (URSS).

 

Nuristani

 A família Nuristani agrupa seis línguas, faladas no Afeganistão e Paquistão: Ascun, Calasa-ala, Cati, Nangalami, Tregami e Uasi-Ueri. A família Itálica compreende vinte e uma línguas desaparecidas, entre as quais se destacam o Latim, Ligur, Ilírio, Rético, Osco, Umbro e Sabélico.

 

Românica/Romance

A família Românica ou Romance agrupa vinte e nove línguas, organizadas em cinco subfamílias: o grupo Balcânico, falado nos países da costa Adriática, que inclui o Romeno e o desaparecido Dálmata; o grupo Galo-Romance que reúne o Francês (França e África), o Ocitano e o Francês Crioulo das Antilha; o grupo Ibero-Romance que é composto pelo Catalão, o Galego-Português e o Castelhano ou Espanhol; depois a língua italiano que é a única fala do grupo Italo-Romance e por fim, o grupo Reto-Romance que assimila três línguas: Friulia (Itália), Ladina e Romanche (Suiça e Tirol).

 

Eslávica

E em último caso, temos catorze línguas que constituem a família Eslávica. Estas agrupam-se em três grupos: oriental (Bielo-Russo, Russo e Ucraniano), meridional (Búlgaro, Esloveno, Servocroata e Macedónio) e ocidental (Checo, Casúbio, Lusatio. Polaco e Eslovaco).

Assim sendo, na Europa são faladas mais de 60 línguas – oficiais, regionais e dialectos de povos. Portugal e Islândia são os únicos países europeus monolingues, ou seja, onde é utilizada uma única língua. Já a Suíça, possui 4 línguas oficiais, três latinas (Francês, Italiano e o Romanche) e uma de origem germânica (o Alemão).



A variedade linguística actual da Europa é resultado de muitas línguas primitivas que, entretanto, sofreram alterações. Por isso, a explicação da origem de todos estes ramos e sub-ramos de línguas ultrapassou em parte os limites da Europa, uma vez que este representa não só as principais línguas da Europa, como também do Irã, do norte da Índia e da Ásia Central.